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77ª Reunião Anual da SBPC fortaleceu o debate sobre o Jornalismo de Ciência

  • Foto do escritor: Letícia Barbosa
    Letícia Barbosa
  • 30 de jul.
  • 3 min de leitura

Sediado em Recife, o encontro contou com nove mesas sobre a importância da Comunicação e Divulgação Científica para a democratização do conhecimento e ampliação de impactos


Cerimônia de abertura da 77ª SBPC. Foto: Luana Rocha
Cerimônia de abertura da 77ª SBPC. Foto: Luana Rocha

Por: Letícia Barbosa



A Comunicação e a Divulgação Científica tiveram espaço significativo nos debates promovidos pela 77ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SPBC), um dos maiores encontros de pesquisa do país. O evento teve como sede este ano a capital pernambucana, ocupando o campus da Universidade Federal Rural de Pernambuco (UFRPE) e o Cine Teatro do Parque, além de um cronograma de atividades virtuais, entre os dias 13 e 19 de julho. 


Nesta edição, o encontro trouxe como tema Progresso é Ciência em Todos os Territórios, sinalizando o movimento da organização de democratizar o alcance do conhecimento produzido na academia e institutos de pesquisa para toda a sociedade. E, como principal ferramenta, aparece a comunicação em seus mais diversos formatos.



Ciência e mídia: como amplificar o impacto da ciência na sociedade?


Objetivo da Revista Coletiva, a Divulgação Científica foi o mote da mesa Ciência e mídia: como amplificar o impacto da ciência na sociedade?, que contou com a presença de Graciele Almeida de Oliveira, representando a RedeComCiência, e Luísa Massarani, pela Fiocruz, com a mediação de Isaltina Gomes, professora do Departamento de Comunicação da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).


A jornalista e pesquisadora Luísa Massarini destacou a importância de pensar no cidadão e cidadã ao publicar um material de comunicação. Ela questiona sobre o que a ciência representa para as pessoas e defende que é papel da Divulgação Científica intermediar o discurso dos especialistas e a população em geral


Para isso, é essencial pensar em angulações diversificadas para as pautas. O que significa, por exemplo, traduzir dados e conclusões de relatórios de pesquisas, evidenciando seu real impacto para as pessoas e seus territórios. 


Massarini cita, ainda, o caso dos trabalhadores e trabalhadoras da ciência que são invisibilizados, como os técnicos. Ela apresentou durante sua fala a reportagem sobre os técnicos de satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE), função que, de acordo com a jornalista, está em risco de extinção  por causa das novas tecnologias que vêm ampliando a desvalorização da profissão. Assim como esses profissionais, há uma verdadeira comunidade científica que contribui para a obtenção de resultados, mas que, por vezes, fica eclipsada pelos grandes nomes da pesquisa brasileira. 


Já a bioquímica Graciele Oliveira evidenciou como a Divulgação Científica ainda é um campo negligenciado por quem faz pesquisa no país. Para ela, a área precisa ser vista como ponto estratégico do processo e demanda políticas públicas específicas para esse fim.


“A tarefa de divulgar, muitas vezes, fica para um graduando ou mesmo um pós-graduando voluntário”, afirma Oliveira. A pesquisadora defende que as instituições contem com profissionais dedicados à tarefa para tornar o trabalho mais efetivo. Ao mesmo tempo, ela enfatiza que a comunicação de ciência não deve se confundir com marketing do autor ou da instituição, e sim deve ter um posicionamento crítico e problematizar desde o processo até os resultados.


A partir da provocação da jornalista e pesquisadora Isaltina Gomes, Graciele trouxe  para o  debate o uso  da Inteligência Artificial  como ferramenta do jornalismo de ciência, mas de forma alguma como fonte para embasar os materiais de comunicação


Ao longo da programação, os participantes puderam apreciar ainda as seguintes mesas e painéis sobre o assunto:  A comunicação científica: desafios e oportunidades; O fluxo do ecossistema de desinformação; Para repensar as coberturas jornalísticas diante de desastres ambientais ; Possibilidades e limites da participação social na comunicação pública brasileira; Desinformação climática: existe uma versão brasileira de desinformação em mudanças climáticas?.  A Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação (Intercom) também marcou presença na organização das mesas: Formação e práticas em comunicação para um outro mundo; (Re)pensar a comunicação científica : territórios, desigualdades e diversidades; e O lugar da comunicação para o progresso da ciência.


Mudanças climáticas, educação e inteligência artificial também foram temas de destaque ao longo das atividades da 77ª SBPC. Na cobertura realizada pela Revista Coletiva no Instagram (@revistacoletiva), é possível conferir um pouco do que aconteceu durante a semana.


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