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Slam 

DAS

MINAS

Somente versos e corpos. Corpos negros performados por denúncia e protesto. O Slam das Minas de Pernambuco surge como um ato político e de sororidade. Há um ano se tornou lugar de encontro entre mulheres poetas que, influenciadas pelo rap e batalha de MC’s, reivindicam seu espaço na tradicional cena musical de rua. Elas declamam poemas que denunciam as distintas formas de opressão vivenciadas por uma preta pobre periférica. Esse lugar de resistência ao domínio do patriarcado, da lesbo e transfobia e do racismo chega ao Brasil em 2008, com o primeiro slam de mulheres tendo sido realizado em Brasília. O movimento se originou nos EUA nos anos 1980 baseado na cultura do hip hop e o significado da palavra Slam se refere, atualmente, a uma poesia autoral escrita para ser dita.

Entrevista com Naia (Slammaster) -
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O Slam das Minas é uma competição que ocorre, exclusivamente, entre mulheres poetas (“Slans”) que se enfrentam em três rodadas. Cada participante recita poesias autorais em um intervalo de três minutos sem fazer uso de acompanhamento musical e artefato cênico. O desempenho das participantes é avaliado por um júri popular formado por convidadas da plateia escolhidas para submeter as notas e que também são influenciadas pela reação do público presente. A interpretação a partir da performance corporal, as mudanças na tonalidade de voz, o ritmo e as pausas estimulam os ouvintes a participarem e a artista a conseguir melhores notas.  

A competição tem o intuito de enviar mulheres representantes ao campeonato nacional Slam BR e à disputa mundial de poesia, Poetry Slam. A pernambucana Bell Puã foi a ganhadora do Campeonato Nacional de 2017 e ficou entre as quatro finalistas em terras francesas, onde a disputa mundial é realizada anualmente. O Slam PE segue articulado com Slans de outros estados como Ceará, Bahia e São Paulo.

Marcela de Aquino

Especial Teatro Arraial